quarta-feira, 8 de julho de 2009

Três perguntas para Paulo Santoro

Paulo Santoro é um expert em violoncelo e música de concerto, pessoal. Ele se apresenta no mundo inteiro, muitas vezes como solista à frente de grandes orquestras, entre elas a renomada Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Paulo faz parte do Duo Santoro, do Brasil Trio e do Quarteto Santoro, além do Quarteto Radamés Gnattali. O músico já estudou com vários mestres, como Emilio Colón e Tsuyoshi Tsutsumi e, há exatos dez anos, foi aluno da Indiana University School of Music e voltou para casa com a nota máxima no curso. Paulo adora o trabalho que desenvolve em festivais de música pelo país como professor. Quer saber um pouco mais sobre esse músico fera e ultra simpático?

Tuhu pergunta: Você e seu irmão gêmeo, Ricardo, tocam violoncelo. Como vocês se aproximaram do instrumento?
Paulo responde: Nós pegamos o gosto pela música desde cedo ouvindo meu pai (Sandrino Santoro) tocar contrabaixo. Aos 6 anos, já estudávamos flauta doce e um pouco de piano e, antes mesmo de sermos alfabetizados, já sabíamos o nome das notas. O ouvido musical se aprimorava cada vez mais e ficávamos admirados com o som do contrabaixo. Por volta dos 11 anos, pedimos para o pai nos ensinar música. Como não tínhamos tamanho para tocar o contrabaixo, ele disse entao que antes aprendêssemos o violoncelo. O que era pra ser provisório, virou permanente. Hoje só tenho que agradecer a "dica" dele (e ainda acho que foi proposital...). Além do trabalho com o quarteto, eu e meu irmão formamos um duo profissional de violoncelos que se apresenta frequentemente, o Duo Santoro.

Tuhu pergunta: Conta pra gente quais são as dificuldades de transportar um instrumento tão grandalhão.
Paulo responde: Pra ser bem sincero, nem acho o violoncelo tão grande assim. Por causa do meu pai, lidamos a vida inteira com instrumentos grandes. Claro que encontro dificuldades para transportá-lo (risos), mas o maior problema é quando não estou com ele ao meu lado, como no caso das viagens de avião. Cito o recentíssimo exemplo da viagem ao Piauí. Chegamos de madrugada e fomos direto para o hotel. No dia seguinte, tínhamos entrevista ao vivo na TV Meio Norte. Quando abri a caixa do violoncelo para me preparar, a surpresa: deixaram o violoncelo cair e quebrar no aeroporto. Isso é pior coisa que existe para um músico! Em vez do instrumento, preferimos que quebre alguma parte de nosso corpo. Fiquei estarrecido com o que tinha acontecido, mas sabia dos nossos compromissos no Piauí e não poderia esmorecer naquela altura do campeonato. Meu pai também conserta instrumentos e me explicou por telefone como fazer um remendo de tal maneira que conseguisse tocar. Graças a Deus já estou usando meu violoncelo normalmente.

Tuhu pergunta: O que você achou mais bonito nessa passagem do quarteto pelo Acre?
Paulo responde: A oportunidade de tocar para um público que não está acostumado ouvir música clássica é impressionante! Fico olhando as fisionomias praticamente imóveis dos alunos, procurando absorver o máximo possível de tudo. Foi muito bonito conhecer os produtores locais. Na verdade, o quarteto virou uma grande equipe, com fotógrafo, motoristas, pessoal do som, do vídeo, professores que nos acompanharam e até os funcionários do hotel. Todos em perfeita sintonia. Isso sem falar na comida local: tacacá, mingau de tapioca, baixaria (ô coisa boa...). Traduzindo: carne moída com bastante cebolinha, cuzcuz com leite da castanha e ovo frito. Comíamos isso tudo às 8h! E é claro que não podíamos deixar de dar uma passadinha no país vizinho, a Bolívia. Muitas compras no carro e lá vai nosso querido motorista Anderson encarando qualquer barreira policial com simpatia de sobra. A volta foi tranquilo e já sinto muita saudades daqueles belos momentos.

{Foto da Kátia Barbosa

3 Comentários:

Anônimo disse...

Ei, Paulo!

O mais carismático dos violoncelistas!

Jennifer Bodanese disse...

Olá Paulo!!
Estou esperando sua visita aqui no Mato Grosso,
Na escola Nilo Póvoas!!

Tuhu disse...

Que legal, Jennifer!
Já estamos nos preparando para conhecer o Mato Grosso!
Beijo do Tuhu

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