terça-feira, 30 de junho de 2009

Entrevista e clima agradável na chegada ao Acre

Pelos sorrisos estampados na foto, a gente nem imagina que eu e o Quarteto Radamés Gnattali descemos do avião às 1h33 (2h33 no horário de Brasília). Gosto muito de respirar o ar de lugares novos! E mesmo cercados pela noite, os músicos já comentaram, a caminho do hotel, sobre a temperatura fresquinha, o cheiro de mato que invade deliciosamente as nossas narinas sem pedir licença e, também, sobre a graciosidade do Acre.

Agora pela manhã, Vinicius, Paulo, Carla e Fernando vão dar entrevista na TV Aldeia (afiliada à TV Cultura, de São Paulo) e, em seguida, todos partiremos para o concerto em Sena Madureira, o primeiríssimo neste lugar fantástico. A qualquer momento, voltaremos com mais notícias do Acre para você!

{Foto da Paula Brandão

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Nós na 'Harmonia' e no 'Clube do Maestro'

A essa altura do campeonato, os músicos do Quarteto Radamés Gnattali e eu já estamos com as malas prontinhas para voar até o Acre! E, olha que maneiro, ganhamos uma nota caprichada na 'Harmonia', coluna que o Rodolfo Valverde publica aos domingos no Jornal do Brasil. Espia só:

Esquecemos de divulgar aqui, mas quem visitou o blog 'Clube do Maestro', que o querido Ricardo Prado mantém no Globo Online, também viu estampada a notícia dos nossos Concertos Didáticos. Leia agorinha: Quarteto Radamés Gnattali faz turnê pelo Brasil

{Reprodução do JB

terça-feira, 23 de junho de 2009

A agenda dos Concertos Didáticos no Acre

Será que os acreanos estão curiosos para escutar os sons do Brasil? Fazendo uma breve retrospectiva: o Acre é a próxima parada da série de Concertos Didáticos que o Quarteto Radamés Gnattali está levando para 15 cidades do país. Os músicos se basearam no 'Guia Prático', de Heitor Villa-Lobos, para selecionar e adaptar o repertório que será mostrado aos alunos dos ensinos fundamental e médio, entre os dias 30 de junho e 2 de julho. Esta turnê educativa começou no Piauí em maio e vai até o Mato Grosso em setembro, com patrocínio da Votorantim.

Popularizar a música erudita é um dos grandes lemas do quarteto, formado por Carla Rincón e Vinicius Amaral nos violinos, Fernando Thebaldi na viola e Paulo Santoro no violoncelo. Em cada apresentação, eles ensinam noções de melodia, ritmo e dança através de cirandas, cantigas de roda e temas folclóricos que foram pesquisados por Villa-Lobos há quase cem anos, quando o músico revirou o país em busca da musicalidade da nossa pátria. Nesta viagem, seremos mega ultra blaster super bem acompanhados pela produtora Paula Brandão (na foto!), da Baluarte Agência. Paulinha está aqui diante de mim com três malas enooooormes e já vai embarcar daqui a poucas horas. Boa sorte, Paulinhaaaa!

Ao todo, o Quarteto Radamés Gnattali vai tocar para cerca de 1.000 alunos do Acre. Ah, sim, dá uma espiada na nossa agenda para saber em qual dia e horário estaremos na sua escola:

Terça, 30 de junho, às 16h - o primeiro concerto vai ser realizado na Escola Dom Júlio Matatiolli, em Sena Madureira.

Quarta, 1 de julho, às 10h - os quatro músicos se apresentam na Escola 15 de junho, em Senador Guiomard.

Ainda no dia 1º, às 16h - é a vez de tocar para os turmas da Escola Humberto Soares da Costa, em Rio Branco.

Quinta, 2 de julho, às 10h30 - os alunos da Escola Divina Providência, em Xapuri, recebem o Quarteto Radamés Gnattali.

E na mesma quinta, às 16h - Brasiléia foi escolhida para encerrar a passagem pelo Acre. Neste horário, os músicos tocam ao vivo na Escola Kairala José Kairala.

Para ficar por dentro da vida e obra do maestro, leia também:
Entre violeiros, chorões, trens e Bach
O prestígio internacional de Villa-Lobos

{Foto de Paula Monte

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Acre, e lá vamos nós!

Mais Concertos Didáticos à vista, pessoal! O próximo destino do Quarteto Radamés Gnattali será o Acre. Quando penso nessa região do país, lembro imediatamente do seringueiro, ambientalista e sindicalista Chico Mendes (1944-1988), referência internacional na luta em defesa da Amazônia e tema de uma minissérie na televisão há coisa de dois anos.

Para quem ainda não estudou sobre o Acre nas aulas de geografia, vou fazer um resumão: é uma das 27 unidades federativas do país e está rodeado pelo Amazonas (norte), Rondônia (leste), Bolívia (sudeste) e Peru (sul e oeste). A economia dos acreanos se baseia no extrativismo, principalmente da madeira. Dizem que a técnica empregada, chamada 'manejo florestal', garante o uso econômico sustentável das matas. Tomara que isso funcione mesmo porque as nossas florestas são o pulmão do mundo!

De acordo com as minhas pesquisas, vamos nos deliciar com pato com tucupi, pirarucu e tacacá, especialidades da culinária indígena, durante a nossa passagem pelo Acre. Também são fortes os sabores do vatapá, do bobó de camarão e da carne de sol com aipim, que comemos bastante aqui no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde há muitos nordestinos e nortistas. O tempero é que vai ser, com certeza, diferente do lá de casa ;)

Será que vou gostar mais da hora do almoço, de ver a extração da borracha ou de escutar o quarteto, hein?

{O mapa do Acre é do Portal São Francisco

Tuhu no Twitter

O nome é até parecido! (risos)
Ouvi meus amigos comentarem do quanto é maneiro se comunicar pelo Twitter e me cadastrei. Na verdade, já fiz uns quatro ou cinco updates só para testar e... Gostei mesmo. Quer acompanhar lá as minhas dicas e os meus blá blá blás?
Entra no: www.twitter.com e me adiciona: _Tuhu_
Fácil, fácil...


{Reprodução do Twitter

terça-feira, 9 de junho de 2009

O prestígio internacional de Villa-Lobos

Voltamos a 1915, quando as composições de Heitor Villa-Lobos foram apresentadas às plateias cariocas. Para bancar a vida de recém-casado com Lucília Guimarães, Villa-Lobos compôs pra caramba e tocou violoncelo nas orquestras dos teatros e cinemas do Rio de Janeiro. Só que os jornalistas torceram o nariz para a música que ele fazia e publicaram críticas nada favoráveis. Anos depois, ele explicou: "Não escrevo dissonante para ser moderno. De maneira nenhuma. O que escrevo é conseqüência cósmica dos estudos que fiz, da síntese a que cheguei para espelhar uma natureza como a do Brasil".

No início do século XX, a influência francesa e o conservadorismo herdado do final do século XIX incomodaram os jovens de tal maneira que eles se uniram para reagiram... Com arte! Fundaram o movimento Modernista, oficializado em São Paulo em fevereiro de 1922, através da Semana de Arte Moderna, que reunia criadores de diversas áreas. Villa-Lobos foi convidado por Graça Aranha a participar. Nessa época, ele já era super conhecido no cenário musical brasileiro e foi incentivado pelos amigos a levar sua música à Europa.

Em 1923, desembarcou em Paris e levou um susto ao descobrir que Claude Debussy, uma de suas maiores inspirações, já não era mais vanguarda. Artistas e intelectuais só tinham ouvidos para os compositores russos que faziam música original e de caráter nacionalista, como Igor Stravinsky. Desconhecido na capital francesa, Villa-Lobos foi apresentado aos figurões, entre eles o violonista espanhol Andrés Segóvia (na próxima foto, ao lado do nosso maestro), por intermédio da artista plástica Tarsila do Amaral. De volta ao Brasil em 1924, foi saudado pelo poeta Manuel Bandeira: "Villa-Lobos acaba de chegar de Paris. Quem chega de Paris espera-se que chegue cheio de Paris. Entretanto, Villa-Lobos chegou cheio de Villa-Lobos".

Três anos depois, com as passagens compradas para ele e a mulher, Villa-Lobos embarcou para uma temporada mais longa em Paris. Entre 1927 e 1930, ele publicou várias partituras pela editora Max-Eschig, o casal fez amigos e organizou concertos e muitas feijoadas, que eram frequentadas por gente como o compositor Edgar Varèse (nessa próxima foto, com Villa-Lobos), a pianista Magda Tagliaferro, o maestro Leopold Stokowski e o violinista Maurice Raski. A partir daí, Villa-Lobos ganhou prestígio internacional, apresentando suas obras em concertos e regendo orquestras nas principais capitais européias.

No segundo semestre de 1930, ele foi convidado para realizar um concerto em São Paulo e aceitou na hora. O que ninguém esperava era que, essa breve passagem pelo seu país, fosse render um dos mais valiosos capítulos de sua biografia. O maestro resolveu fazer a parte dele contra o descaso com que a música é tratada nas escolas brasileiras. Quer saber como? Aguarde o próximo post sobre a vida e a obra de Heitor Villa-Lobos!

Leia também: Entre violeiros, chorões, trens e Bach

{Fonte de pesquisa e fotos: Museu Villa-Lobos, cujo site oficial é www.museuvillalobos.org.br

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Três perguntas para Fabiana Costa

A galera esbarrou vááárias vezes com essa menina pra lá de eficiente nos concertos no Piauí mas, até agora, a gente ainda não tinha estampado uma foto dela aqui no nosso blog. Produtora do Quarteto Radamés Gnattali há dois anos e tal, Fabiana Costa é uma das sócias da Baluarte Agência e querida por todos. Curioso para ler o que ela tem a dizer? Então, vamos lá:


Tuhu pergunta:
O que mais surpreendeu você nessa viagem musical às cinco cidades do Piauí?
Fabiana responde: Principalmente, o interesse de todos e a vontade de receber o projeto. Encontramos muita colaboração por parte dos diretores, coordenadores e professores envolvidos. E, dos alunos, recebemos uma intensa vontade de estar ali escutando aquelas músicas com curiosidade e emoção. Alguns alunos foram levados às lagrimas. Outra grata surpresa foi a musicalidade presente nas cidades com escolas de músicas, grupos populares e independentes e rica produção local. Amei!

Tuhu pergunta: Como surgiu a ideia de fazer esse projeto super bacana com o Quarteto Radamés Gnattali?
Fabiana responde: Na verdade, tudo nasceu da paixão do quarteto de democratizar o acesso à música erudita e formar plateia, com a missão da Baluarte, que é realizar projetos de valor cultural e relevância artística. Trabalhamos a ideia bruta até chegar ao formato que temos hoje, no qual apresentamos um pouco da formação da música brasileira, tendo como base o 'Guia Prático', com obras que Villa-Lobos compilou durante suas viagens de imersão pelo Brasil. Viva Villa-Lobos!

Tuhu pergunta: Você toca algum instrumento?
Fabiana responde: Posso dizer que sempre tive uma vida muito musical, mas tocar, tocar mesmo, não toco não (risos). Estudei piano por sete anos, tenho algum conhecimento, bem básico, mas a verdade é que me faltou talento, então resolvi vir trabalhar do outro lado, nos bastidores. E está dando certo!

{Foto de Monica Ramalho